A prefeitura de Campinas quer entregar a UPA Campo Grande para uma entidade ficha suja, envolvida em desvio de dinheiro público. O vereador Cecílio Santos (PT) se colocou contrário à privatização desde o início, quando a prefeitura anunciou sua intenção.
“Agora está claro que este processo de terceirização precisa ser interrompido. A prefeitura deve fazer o que já devia ter feito há muito tempo. Contratar profissionais emergencialmente e fazer um concurso público para contratação definitiva”, afirmou o vereador. Cecílio e demais vereadores da Bancada de Esquerda na Câmara (PT, PSOL e PCdoB) participaram de reunião na UPA com a Prefeitura e funcionários. “Deixamos clara nossa posição totalmente contrária à terceirização e privatização dos serviços da UPA. Defendemos o SUS 100% público”, ressaltou Cecílio.
A prefeitura publicou na quarta-feira que a Organização Social (OS) Instituto Saúde e Cidadania (Isac) foi a primeira habilitada no processo de seleção porque ofereceu o menor preço. A entidade que pode receber R$ 32,9 milhões da Prefeitura de Campinas é suspeita de várias irregularidades.
Próximos passos
Para Cecílio, neste momento é importante a população se organizar e promover mobilizações contra a privatização da UPA. Um ato já foi realizado no dia 9 de outubro, com participação de vereadores e conselhos municipal, distrital e local, além de várias outras entidades. O vereador informa que vai também agir na Câmara tanto na Comissão de Saúde como na recém-criada Frente Parlamentar em Defesa do Campo Grande.
Ficha suja
Veja o que escreveu o jornalista Rodrigo Piomonte no jornal Correio Popular:
“A empresa homologada, no entanto, possui longa ficha de envolvimento em irregularidades envolvendo recursos públicos em diversas cidades. Em Araguaína, no norte do Tocantins, a Isac foi alvo de operação da Polícia Federal no início deste ano, que visou desarticular um esquema criminoso que supostamente vinha desviando recursos públicos do Fundo Municipal de Saúde da cidade.
Quatro anos antes, em 2017, o Ministério Público de Alagoas abriu um inquérito para investigar uma denúncia sobre irregularidades na contratação de servidores na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Maceió, também sob a gestão terceirizada da Organização Social, Instituto Saúde e Cidadania (Isac).
O rastro de problemas da empresa vencedora da licitação em Campinas não para e também envolve a cidade de Jacobina, na Bahia. Lá, foi firmado contrato de gestão entre a Isac e a prefeitura local no valor de R$ 15,6 milhões. A entidade foi acusada de deixar de abastecer o hospital e a clínica que administrava, e ainda de ter deixado dívidas com fornecedores, num total de R$ 3 milhões, em 2015.”
Eu uso a upa campo grande, como está não pude ficar, um descaso total pelos profissionais concursados, não a pediatra finais de semana, tem que ter mudança urgente, todos os vereadores da região já cobrou melhorias, nada pode fazer, não irá acabar com o SUS, sim melhorar seu atendimento pra quem quer trabalhar.